É este tipo de gente que faz o dia valer a pena! =)
23 novembro 2011
Em outras palavras
É este tipo de gente que faz o dia valer a pena! =)
13 outubro 2011
O Circo Montreal
"Quando estou no drama que a platéia chora
Eles ignora que tudo é ilusão
O meu próprio drama eu nunca revelo
Sinto a dor no peito bater em duelo
No cenário triste do meu coração"
12 outubro 2011
Do melhor jeito manera
Do melhor jeito manera
To sem pressa de matar
Essa vida passageira
Toda calma que eu puder
Vou gastar devagarinho
Quando vou pra um lugar
Dou cem voltas no caminho
(...)
Diz que a vida não se mede
Mas se aprende no viver
Não me atalho a paciência
To sem pressa de morrer
Seu cuitela numa estrada
Dou cem voltas no pomar
E só deixo a minha casa
Na certeza de voltar"
Pena Branca e Xavantinho
04 outubro 2011
Pingado com pão
....
...
..
31 agosto 2011
Vai doer. Mas é rapidinho!
29 agosto 2011
Presta atenção
“Às vezes dói a ponto de não dar para respirar. Mas é assim que a gente sobrevive. Você começa de novo todo dia. E de novo. E outra vez no dia seguinte. E sempre, todas às vezes, o mesmo sentimento te deixa sem ar. É uma porteira que reparte o coração entre a saudade e a vontade de continuar vivendo”.
"a vida não é curta do jeito que o povo fala, viu menina? A vida é longa... mas ela é rápida. E passa! Presta atenção porque daqui a pouco não dá mais prá voltar e fazer de novo."
(...) Vou rezar só pra que o vento nunca vire tempestade
(...) Não vou lutar contra o que me faz feliz
Eu sou assim mesmo... Meu coração está do lado de lá da porteira"
25 agosto 2011
Saudade
Que começa e não tem mais fim
Suas léguas dão volta ao mundo
Mas não voltam por onde vim
Que começa e não tem mais fim
Cada dia tem mais distâncias
Afastando você de mim
Que nos enganamos
Outras vezes nos desencontramos
Sem nem perceber
Mesmo sem razão eu quero lhe dizer
Sem intenção
Ver tudo se perder
Dói tanto, tanto
Nem é boa e nem é ruim
Vou seguindo sempre adiante
Nunca volto,
Eu sou mesmo assim
Que hoje passa dentro de mim
Me armei só de esperanças
Mas usei balas de festim
16 agosto 2011
Não faça contas
21 julho 2011
Arroz com abacaxi
19 julho 2011
Um bocadinho do Chico...
Saudade mata a gente, saudade mata a gente, menina..."
Chico Buarque
27 junho 2011
Para aqueles que ganharam meu coração
Por conta do trabalho, eu passei muitas horas em aeroportos nos últimos meses. Muito mais do que eu gostaria, na verdade. Então, para não pensar no que eu poderia estar fazendo enquanto ficava ali – sem fazer nada –, eu me distraia observando as pessoas chegando e saindo nas salas de espera. Parece entediante, eu sei. Mas eu me divertia imaginando uma história diferente para cada uma delas. Cheguei até a escrever algumas. E foi assim, inventando histórias para desconhecidos, que eu conheci o Álvaro. Ele trabalha há quase 20 anos como motorista de uma empresa em São Paulo e, todos os dias, está em Guarulhos segurando uma plaquinha com o nome de alguém que ele nunca viu na vida. Um sujeito incrível, o Álvaro!
Nos falamos uma única vez. Enquanto nós dois esperávamos, dividimos uma mesa, um café e algumas histórias. E ele me disse uma coisa que eu achei o máximo – todo dia ele se arruma e fica na expectativa de conhecer alguém diferente. Há dias bons e dias ruins. Mas todos os dias existe alguém novo esperando encontrá-lo no aeroporto. “Essa pessoa pode fazer parte da minha vida só alguns minutos, enquanto está no meu carro. Ou pode ficar no meu coração o resto da vida... a gente nunca sabe, né? Então eu me preparo todo dia! Porque a qualquer momento eu posso conhecer alguém que pode ganhar meu coração”. Eu não sei se eu ganhei o coração do Álvaro. Mas ele certamente ganhou o meu.
Se você botar reparo, vai perceber que só nos falta a plaquinha com o nome... Porque todos os dias conhecemos alguém novo, alguém que pode ganhar o nosso coração para sempre. E na maior parte do tempo, a gente não encara isso com a mesma alegria e expectativa do Álvaro. E aí eu resolvi contar esta história hoje (prestes a ficar longe de um bocado de gente eu amo), porque só agora me dei conta da quantidade de pessoas que ganhou meu coração nos últimos 12 anos. Gente que todo dia ocupa um pedacinho da minha vida e que vai fazer uma falta danada...
Tem uma música do Milton Nascimento que diz: “e assim, chegar e partir são só dois lados da mesma viagem”. Para não ficar matutando sobre o que estou deixando prá trás, fiz um trato comigo: ao invés de pensar na tristeza da partida, vou fazer como o Álvaro e viver a expectativa da chegada. Mesmo sem "plaquinha na mão", comecei a me preparar para conhecer aqueles que a qualquer momento podem ganhar meu coração em outro lugar. Mas vou já morrendo de saudades. Sabendo que o que "conta mesmo" é saber que tem alguém ali na sala de espera com os braços abertos, cheios de saudade esperando por você. E isso ganha o coração da gente por inteiro...
12 junho 2011
Poeminha Amoroso
09 junho 2011
Redemoinho
02 junho 2011
Ruminando
25 maio 2011
Proseia que eu te escuto
Fábio Alexandre Sexugi, poeta paranaense e, assim como eu, beberrão de café
24 maio 2011
Caramelo e chocolate
01 maio 2011
Piscada
“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.”
Tem hora que fica custoso piscar. Mas a gente continua porque não tem outro jeito, tem? É verdade que tem semana que a piscada fica mais doída. Mas aí a gente pisca e dorme, pisca e acorda, pisca e ama, pisca e descobre que piscar é rápido demais prá perder tempo tentando entender a piscada...
Acho que é isso. Pisque daí se você concorda comigo!
"Vivo depois quando o agora chegou. Fechei os meus olhos e a vida piscou" (Mutantes)
23 abril 2011
Canarinho prisioneiro
Sou aquele canarinho que cantou em seu terreno
Me insultavam pra cantar mas de tristeza eu não cantava
Naquele viver de preso muitas vezes imaginava
20 abril 2011
Um Alvarenga e três Ranchinho
Eles não eram apenas uma dupla caipira (muito boa!), eram humoristas de primeira! A história de Alvarenga e Ranchinho começou em 1929. Aliás, é bom registrar, houveram três "Ranchinho". Apesar de caipiras (espia só!), a dupla gravou o primeiro compacto, em 1936, apenas com músicas de carnaval. E foi trabalhando no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro - onde ficaram 10 anos -, que aprimoraram o talento para a sátira política. Por conta disso, participaram de dezenas de campanhas eleitorais e mais de 30 filmes. Em 1978, com a Morte de Alvarenga, a cantoria terminou. Mas as letras e o bom humor da dupla vivem até hoje! =)
18 abril 2011
Sete mil amores
Toda vez que eu encontro a tia Eda é a mesma cena: ela abraça, beija, abraça de novo, aperta, beija mais um pouco e fala: "mas por que é que a gente ama tanto desse jeito, meu Deus?". Toda vez eu acho graça e toda vez eu fico dolorida (rs). Mas a gente fica tanto tempo longe, tanto tempo sem se ver, que esse "aperto" todo vale mesmo a pena.
Bom... aí o mês de abril nem começou e pronto: já acabou. Passou tão ligeiro que eu nem tive tempo de esticar a prosa aqui. Mas o relógio resolveu colaborar e no meio da correria eu parei um bocadinho prá brincar com a Luiza, minha sobrinha. Foi rapidinho, mas valeu a semana inteirinha longe de casa!
Depois de comer muita gelatina e inventar um castelo inteiro de massinha, comecei a me preparar para sair “de mansinho” e encarar o bico da Luiza (que além do olho "apertado", herdou de mim também a aversão em dizer “tchau”). E ali, já quase no portão, a Luiza pulou no meu colo e cochichou: “bença madrinha?”. Moço, o coração ficou pequenininho nesta hora... e quase que o “Deus te abençoe” não saiu.
♫♪ Revelando então os sete mil amores que eu guardei somente pra te dar Luiza... ♫♪
31 março 2011
O menino que sabia voar
“...porque o vôo já nasce dentro dos pássaros.
O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
Rubem Alves
Quando o João nasceu foi uma festa. Papai dizia que ele era o homenzinho da casa. Mamãe dizia que ele era seu maior tesouro. E vovó dizia que ele era seu coração. E ele era mesmo tudo isso. E era também diferente de todas as outras crianças. O João não cresceu como os outros meninos - ele aprendia as coisas de um jeito diferente. Mas depois que aprendia, não esquecia nunca mais! Exemplo? João aprendeu a andar do seu jeito: um passo de cada vez, um passo por dia, 365 pequenos passos por ano... cada passo valendo uma corrida inteirinha prá gente! E quando finalmente todos os passos ficaram completos, os pés do João ganharam asas!
É sério! Eu descobri ainda menina que o João podia voar sobre as calçadas e avenidas. Corria tão rápido que nenhum outro menino o alcançava. Todo mundo dizia: “Parece que esse menino tem asas, minha gente!”. E ele tinha. E foi assim também quando ele aprendeu a falar. O João, que nunca falava nada, de repente sempre tinha alguma coisa para dizer. Parecia até que as palavras também tinham criado asas e iam saindo, uma depois da outra, ligeiras. Tinha dia que as palavras iam longe buscar respostas e quando voltavam da viagem, voltavam mais completas!
Eu cresci vendo o João ir cada vez mais longe e ensinando a gente a voar junto com ele. Mas ele voava melhor que todo mundo! E vez ou outra, quando ele queria voar sozinho, voava por histórias que só ele mesmo conhecia: histórias de princesas, príncipes, exércitos e dragões. Lugares tão distantes e tão incríveis, que só mesmo tendo asas para conhecer. E João era o menino que tinha asas. E ele voou tanto que quase todo mundo já tinha ouvido falar dele um dia. E todo mundo pensava: “como deve ser bom ter asas como o João”.
O que ninguém sabia é que o João não era diferente coisa nenhuma! Ele sabia que todo mundo podia ter asas - o problema é que nem todo mundo aprendia a voar. Acho que é por isso que meninos como ele existem: para mostrar aos outros meninos (aqueles que acham que não têm asas), que voar é mais fácil que parece. Aí hoje acordei pensando: deve ser por isso que o João resolveu não crescer, virar "gente grande". Para continuar voando por aí, contando suas histórias, falando aos quatro ventos, apostando corrida com os passarinhos...
De vez em quando a gente escuta alguém dizer: “você já viu aquele menino que tem asas?”. E então sabemos que o João passou por ali ensinando mais alguém a voar...
***
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*
Para o "meu Pequeno Jonh", que eu amo tanto... tanto! E que ama tanto sem pedir nada em troca.
28 março 2011
Helianto
Em algumas regiões da Europa acredita-se que para se ter sorte são necessários onze girassóis. Aí ontem chegou por aqui um cartão lindo, cheio das flores que eu mais gosto: “11 heliantos para dar sorte prá quem vive distribuindo sorte por aí”.
Não sei se os “heliantos” vão dar sorte, mas sem dúvida deixaram o dia bem mais contente e me fizeram lembrar uma canção de criança: “sempre que o sol pinta de anil todo o céu, o girassol fica um gentil carrossel”. Fiquei com essa música o dia inteiro na cabeça, indo e voltando – igual a um carrossel mesmo! (rs)
Você já viu uma plantação de girassol? Se não viu eu vou te contar: é uma das coisas mais lindas que existe. Um tapete amarelinho... tão grande que parece acabar mesmo só quando encontra o céu bem lá na frente. É bonito de verdade! Tão bonito que mesmo depois de anos sem ver uma plantação dessas, eu ainda lembro (sempre!) das flores acompanhando a trajetória do sol e como isso me deixava encantada.
Há uns 8 anos, voltando de férias, eu parei no meio da estrada, subi em cima do carro e fiz uma foto da plantação de girassol que ia ficando para trás. Achei que era justo, já que um pedacinho de mim ficava ali toda vez que eu ia embora, levar um pedacinho da plantação comigo. A foto nunca diminuiu a saudade de casa. Mas fica dentro da minha agenda até hoje! =)
Confesso que mesmo gostando tanto de girassol, nunca botei fé nesta história do tal “helianto” dar sorte. Pelo sim, pelo não, guardei o cartão junto com a foto dentro da agenda e verdade seja dita o cartão, “marelinho como o sol”, me fez rir um bocadinho mais hoje!
***O girassol aí em cima foi presente da Thais... valeu, irmã! =)
19 março 2011
Fogo, fome e alegria
Eu sou péssima na cozinha. Me viro bem com frases, pontos e vírgulas. Mas com panelas... vichi! Vez ou outra eu arrisco. E vez ou outra sai alguma coisa boa. Mesmo assim a cozinha é um dos lugares que eu mais gosto na minha casa. É de longe o cômodo que eu passo menos tempo, mas quando a casa esta cheia de gente, a cozinha é sem dúvida alguma o lugar mais disputado. Segundo o Rubem Alves, na cozinha “a gente é a gente mesmo: fogo, fome e alegria” (eu adoro esta frase!).
Lá de onde eu venho o pessoal tem um costume engraçado: ninguém convida um amigo ou um casal para jantar – convida para cozinhar. O negócio funciona assim: o pessoal chega cedo em casa. Enquanto alguém corta a cebola e o cheiro-verde bem miudinho, outro vai lavando o tomate e o arroz, temperando a carne, esquentando o forno. Aí um lembra um causo, outro retruca, alguém dá risada, tira o menino de perto do fogão... É só “uma janta”, mas parece uma festa.
Nos últimos dias estou vivendo uma paixão tardia pelo João Guimarães Rosa. E aí ontem de madrugada, enquanto esperava o sono, eu li: “a coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia”. E não é? Olha só: eu odeio comer sozinha. Por isso não perco muito tempo cozinhando, não. Porque comer é a chegada – passa rapidinho! Mas quando existe um motivo para eu agradar alguém, não me importo em ir para a cozinha (mesmo quando o prato não dá certo! rs). Porque a travessia é longa e é a parte mais gostosa da “coisa”. É onde “a gente é a gente mesmo: fogo, fome e alegria”. Então é isso... viver a travessia. Dá trabalho. Mas é bom demais da conta, né não? =)
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Não sou exatamente a maior fã do Gil. Mas acho essa música linda... E nem podia escolher outra hoje porque eu acho mesmo que "toda casinha feliz ainda cozinha no fogão de lenha..."
Casinha Feliz
Gilberto Gil
Onde resiste o sertão
Toda casinha feliz
Ainda é vizinha de um riacho
Ainda tem seu pé de caramanchão
Onde resiste o sertão
Toda casinha feliz
Ainda cozinha no fogão de lenha
Ou fogareiro de carvão
De dia, Diadorim
De noite, estrela sem fim
É o Grande Sertão: Veredas
Reino da Jabuticaba
As minas de Guimarães Rosa
De ouro que não se acaba
Onde resiste o sertão
Toda casinha é feliz
Porque à tardinha tem Ave Maria
E o beijo da solidão
13 março 2011
Sotaque blues
11 março 2011
Retrato descorado
De tempos em tempos passavam alguns peões na fazenda. Eles chegavam, iam embora. Depois vinham outros, iam embora também. Não tinham parada – tinham um “pouso”, que mudava conforme a necessidade. Era gente muito simples, de lida pesada e dura – dura de verdade; nada parecido com o que você e eu achamos difícil hoje.
Foi tanta gente que passou pela fazenda que eu já esqueci o rosto e o nome de boa parte deles. O que marcou mesmo foi uma coisa que eu invejo até hoje: a intimidade destes caboclos com a água, com as pedras e a chuva; com o vento, o chão e o sol... Uma intimidade que para mim era a própria liberdade.
Nos últimos meses tenho me sentido bem parecida com os peões da fazenda: cada semana um pouso diferente. Aí pensando nisso lembrei de uma música do Dino Franco: “Velho pouso da boiada”. Eu não lembrava direito a letra e fui ouvir. Acho que era mesmo para eu escutar isso hoje:
“Numa tardinha fui andando por aí,
Coincidiu que eu descobri pedacinhos de saudade”
Eu lembrei desta história dos peões agora a noite enquanto organizava algumas fotos que fiz do que sobrou da antiga casa da fazenda onde eu cresci – “um velho pouso de boiada”. Ali a liberdade eram os caminhos que apareciam nos trieiros do quintal e do pasto. Era a madrugada desaparecendo no curral. Era o clarão do lampião no quintal alumiando as conversas. Era o beija-flor que morava em cima da minha rede no paiol. A liberdade era o tempo todo. Isso ficou em mim pequena, mas não ficou em mim gente grande...
Agora liberdade é de vez em quando. Era de mês em mês, agora é de ano em ano. Liberdade são os caminhos que não chegam, o pouso que passa apressado demais para eu prestar atenção. É o telefone que não aquieta, o sono que não chega e a saudade que vai apertando, apertando... “Tudo igualzinho a um retrato descorado”...
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E prá fechar a semana, um caipira da cidade grande: Jessé. A composição é da Eunice Barbosa, Mário Maranhão e Mário Marcos: "voa, voa minha liberdade; entra se eu te servir como morada"...