02 junho 2011

Ruminando

Tem um punhado de músicas que eu só fui entender depois de grande. Era engraçado porque por um bom tempo eu criava as minhas próprias versões. De vez em quando eu inventava umas duas (ou dez) palavras novas para substituir as originais que eu não entendia. Aí sim... na “minha versão” eu entendia tudo, era uma beleza! Na maior parte do tempo eu sabia que estava cantando errado. E mesmo depois que alguém me corrigia, se na “minha versão” a música tivesse ficado mais bonita (prá mim, claro!), eu acabava optando por ela. Ainda faço isso até hoje. Só não conto (nem canto) prá ninguém. =)

Foi assim que eu arrumei uma “ração estragada” para a música do Boldrin...


Ri sozinha lembrando isso hoje. Voltando de uma apresentação do Ricardo Vignini e do Zé Helder, coloquei o som baixinho e “Vide, vida marvada” foi a primeira música que tocou. Engraçado porque a palavra mais difícil na música era justamente a que eu melhor entendia: “ruminando”.


Para o caboclo, isso é coisa de bicho. "Ruminar" é tornar a mastigar, remoer os alimentos que voltam do estômago para a boca. Nojento, né? Eu também achava quando era criança. Mas espia só prá isso: depois de grande descobri que não era só boi e vaca que ruminavam. "Gente" também perde um bocado de tempo remoendo, remascando, remastigando e matutando as ideias. A coisa vai e volta... e a gente nem sempre consegue engolir o assunto e pronto.

Hoje mesmo, enquanto eu ouvia o Boldrin, eu ruminei um par de horas sobre uma história que podia até virar uma moda de viola, de tão comprida. Tem um pedaço desta moda que precisa de uma versão nova, igual as que eu fazia quando era criança. Mas moço... não sai de jeito nenhum! 

Na música do Boldrin, “diz que ruminando dá pra ser feliz”. Então tá, vou ali ruminar mais um bocadinho e depois eu conto procês como é que ficou essa moda...
 

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